Termografia no Teste de Função Endotelial
O acidente vascular encefálico (AVE), por exemplo, está entre as principais causas de morte e incapacidade no mundo ocidental. Trata-se de uma enfermidade com alta prevalência que acomete de modo mais intenso pessoas idosas e aquelas com os fatores de risco cardiovasculares (Raul et al., 2002).
O método comumente empregado para avaliação do risco de Acidente Vascular Encefálico, popularmente conhecido como DERRAME, futuro é o escore de Framingham para AVE, que afere o risco de um evento vascular cerebral nos próximos 10 anos e leva em consideração a idade, gênero, tabagismo, colesterol total, pressão arterial (se tratada ou não), peso, altura, diabetes, doença vascular anterior, fibrilação atrial, hipertrofia ventricular esquerda e claudicação intermitente (Wolf, 1991).
Assim como outras doenças cardiovasculares o AVE mantém íntima relação com a disfunção endotelial (Lerman et al. 2005; Carlo et al., 2012). Esta é caracterizada por anormalidades na produção de autacóides (fatores biológicos que agem como hormônios locais) pelas células endoteliais com perda das suas funções, sendo normalmente avaliada por métodos que avaliam o tônus vascular frente a manobras padronizadas, que na maioria dos casos induzem o fenômeno de isquemia e reperfusão (Corretti et al., 2002; Ahmadi et al., 2008; Ahmadi et al., 2009; Kuvin et al., 2007; Axtell et al., 2010; Schier et al., 2013).
(informação médica)
A DISFUNÇÃO ENDOTELIAL, tanto nos grandes vasos, como na microcirculação leva a redução da biodisponibilidade de óxido nítrico (NO) com diminuição da capacidade vasodilatadora ao mesmo tempo em que as células endoteliais disfuncionais liberam maior concentração de endotelina 1 (ET1) (Böhm & Pernow, 2009). Este peptídeo, produzido no endotélio tem ação vasoconstritora, pró-inflamatória, estimula a produção de radicais livres e ativação das plaquetas.
Estudos já demonstraram a reversibilidade parcial da disfunção endotelial tanto através do uso de antagonistas da endotelina como com agentes que induzem o aumento da disponibilidade do NO (Sfikakis ET AL., 2007; Mancini ET AL., 1996).
Em um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo, Hospital Israelita Albert Einstein e Universidade Federal de São Paulo, encabeçado pelo Dr Edmar Batista Santos, buscou-se comparar a efetividade entre o Teste de Função Endotelial por Termografia Digital por Infravermelho de Alta Definição e o método tradicional realizado por ultrassom. Verificou-se que existe uma correlação significativa com o risco de AVE pelo escore de Framingham.
Desse modo, o teste de reatividade vascular por Termografia Digital por Infravermelho de Alta Definição mostrou boa correlação com o escore de Framingham para risco de AVE em 10 anos e aparentemente expressa o comportamento da microcirculação frente à existência de disfunção endotelial nos pacientes de maior risco para o desenvolvimento de AVE no futuro.
O artigo médico na íntegra está disponível no website da Panamerican Journal of Medical Thermology (PAJMT) gratuitamente e pode ser acessado clicando AQUI
Referências
Raul D. Santos Filho,Tânia L. da Rocha Martinez .Arq Bras Endocrinol Metab vol.46 no.3 São Paulo June 2002. Fatores de Risco para Doença Cardiovascular: Velhos e Novos Fatores de Risco, Velhos Problemas !
Wolf PA, D’Agostino RB, Belanger AJ, Kannel WB. Probability of stroke: a risk profile from the Framingham Study. Stroke. 1991; 22 (3): 312-8
Lerman A., Zeiher A.M. Endothelial function: cardiac events. Circulation 2005;111:363-368
Carlo Cereda, Mauro Manconi, Jennifer Andreotti, Jane Frangi-Kultalahti and Claudio Bassetti.Endothelial Dysfunction in Stroke: The Role of Sleep Disordered Breathing..Neurology April 24, 2012; 78(Meeting Abstracts 1): S18.005
Mary C Corretti, MD, FACC; Todd J Anderson, MD; Emelia J Benjamin, MD, MSc; David Celermajer, MD; Francois Charbonneau, Mark A Creager, MD; John Deanfield, MD; Helmut Drexler, MD; Marie Gerhard-Herman, MD; David Herrington, MD, MHS; Patrick Vallance, MD; Joseph Vita, MD; Robert Vogel, MD. Guidelines for the ultrasound assessment of endothelial-dependent flow-mediated vasodilation of the brachial artery. A report of the International Brachial Artery Reactivity Task Force. J Am Coll Cardiol. 2002;39(2):257-265. doi:10.1016/S0735-1097(01)01746-6
Ahmadi N, Nabavi V, Nuguri V, Hajsadeghi F, Flores F, Akhtar M, Kleis S, Hecht H, Naghavi M, Budoff M. Low fingertip temperature rebound measured by digital thermal monitoring strongly correlates with the presence and extent of coronary artery disease diagnosed by 64-slice multi-detector computed tomography. Int J Cardiovasc Imaging. 2009 Oct;25(7):725-38.
Ahmadi N, Hajsadeghi F, Gul K, Vane J, Usman N, Flores F, Nasir K, Hecht H,
Naghavi M, Budoff M. Relations between digital thermal monitoring of vascular
function, the Framingham risk score, and coronary artery calcium score. J
Cardiovasc Comput Tomogr. 2008 Nov;2(6):382-8.
Kuvin JT, Mammen A, Mooney P, Alsheikh-Ali AA, Karas RH. Assessment of peripheral vascular endothelial function in the ambulatory setting. Vasc Med. 2007 Feb;12(1):13-6
Axtell AL, Gomari FA, Cooke JP. Assessing endothelial vasodilator function with the Endo-PAT 2000. J Vis Exp. 2010 Oct 15;(44)
Schier Robert et al. Evaluation of digital thermal monitoring as a tool to assess perioperative vascular reactivity .J Atheroscl Thromb, 2013;20:277-286
Böhm F, Pernow J. The importance of endothelin-1 for vascular dysfunction in cardiovascular disease. Cardiovasc Res. 2007 Oct 1;76(1):8-18.
Sfikakis PP, Papamichael C, Stamatelopoulos KS, Tousoulis D, Fragiadaki KG,
Katsichti P, Stefanadis C, Mavrikakis M. Improvement of vascular endothelial
function using the oral endothelin receptor antagonist bosentan in patients with systemic sclerosis. Arthritis Rheum. 2007 Jun;56(6):1985-93
Mancini GB, Henry GC, Macaya C, et al. Angiotensin-converting enzyme inhibition with quinapril improves endothelial vasomotor dysfunction in patients with coronary artery disease.The TREND ( Trial on Reserving Endothelial Dysfunction) study.Circulation 1996;94:258-65
Bonetti PO, Lerman LO, Lerman A. Endothelial dysfunction: a marker of atherosclerotic risk. Arterioscler Thromb Vasc Biol. 2003;23(2):168–175.
Barthelmes J, Nägele MP, Ludovici V, Ruschitzka F, Sudano I, Flammer AJ. Endothelial dysfunction in cardiovascular disease and Flammer syndrome-similarities and differences. EPMA J. 2017 Jun 6;8(2):99-109
Teste de Função Endotelial por Termografia por Infravermelho
A TERMOdiagnose Itu/SP oferece o Teste de Função Endotelial através da Termografia Digital por Infravermelho de Alta Definição.
O Teste de Função Endotelial pode evidenciar indiretamente a presença da Doença Arterial Coronariana. Quando associado a outros exames que avaliam o risco de desenvolvimento de doença coronariana, o Teste de Função Endotelial fornece elevado valor diagnóstico para predizer o risco de infarto cardíaco ou mesmo derrame.